Impossível falar de jornalismo de defesa dos direitos humanos no Brasil sem citar o gaúcho Marcelo Pasqualoto Canellas.

sobre
Nascido no município de Passo Fundo (RS) em 16/10/1965, ele aparece na
lista dos dez repórteres mais premiados do país (de acordo com o ranking feito pelo Jornalistas& Cia, de 2014) por suas reportagens de denúncia das mazelas sociais brasileiras e pelo olhar sensível que possui sobre o que é tido como comum ou pouco relevante. Seu jornalismo se interessa por pessoas e fatos que normalmente são excluídos ou ignorados pela sociedade.uco mais sobre você.
“A boa matéria é aquela que revela as desigualdades e contradições do nosso país”, destacou o jornalista em entrevista ao livro Mestres da Reportagem (2012), revelando sua preocupação social.
Formado em Comunicação Social pela Universidade Federal de Santa Maria em 1987, Canellas começou sua carreira no jornal da cidade (“A Razão”), cobrindo férias do setorista de Polícia, quando ainda era estudante de Jornalismo. Passou quatro anos da faculdade se preparando para trabalhar em impresso, mas acabou indo para a TV, ao ser aprovado para uma vaga na RBS Santa Maria, uma afiliada da Rede Globo na região.
Nos telejornais da RBS criou pautas, fez produção e várias edições. Nos anos 80, recebeu uma indicação para a TV Globo de Ribeirão Preto, a EPTV.
Finalmente, na década de 90, surgiu o convite para trabalhar como repórter na TV Globo do Rio de Janeiro. Lá fez várias reportagens sobre a guerra do tráfico nas favelas e participou da cobertura da Chacina da Candelária, em 1993.
Logo foi para Brasília no Distrito Federal acompanhar a implantação do Plano Real, cobriu o massacre de Eldorado dos Carajás, no Pará. Destacou-se ainda pela produção de matérias sobre a exploração sexual de menores no Acre e o trabalho infantil.
Mas foi com a série "Fome", exibida em 2001 no Jornal Nacional, que Marcelo ganhou ainda mais notoriedade. Baseado no livro “Geografia da fome” (1946), de Josué de Castro, resolveu encarar o desafio de viajar durante um mês pelo país, com o cinegrafista Lúcio Alves, para registrar as regiões que mais sofriam com a falta de comida, mostrando o rosto das pessoas que passam por esse drama. O objetivo foi tirar a frieza que os números divulgados sobre a morte no país transmitiam. Mostrar que por trás das estatísticas há vidas. A série se tornou uma das mais premiadas do telejornalismo brasileiro. Marcelo recebeu, pelas matérias, a medalha de honra ao mérito das Nações Unidas.
Além desse reconhecimento, recebeu, ao longo de sua trajetória jornalística, mais de 40 prêmios, dentre eles Embratel, Ayrton Senna e Vladimir Herzog.
Recentemente, no quadro “Quem é meu pai?”, do Fantástico (hoje Marcelo é repórter especial da atração dominical), ajudou diversos brasileiros a encontrarem seus pais biológicos e a conquistarem o reconhecimento deles. O quadro nasceu de uma série de reportagens iniciadas por Canellas em 2010. O jornalista e sua equipe percorreram mais de oito mil quilômetros nas diferentes regiões do país, acompanhando mais de 20 pessoas que tinham como sonho ter o nome do pai na certidão de nascimento. Mais uma prova da preocupação do jornalista por aqueles que não são reconhecidos.
Essa brevíssima biografia do repórter é apenas um fragmento do que você encontrará no livro-reportagem “Marcelo Canellas, por um jornalismo humanista”, que será finalizado em novembro de 2014.